Os pilotos de Lost in Space


Quando foi ao ar o primeiro episódio de Lost in Space na TV em 1965, eu era um garoto impressionado de 12 anos. Não podia perder a nova versão lançada hoje pela Netflix. (Existiu uma versão para o cinema em 1998 que não impressionou ninguém).

A série original colocava uma família tradicional a bordo da nave Jupiter 2 para colonizar um planeta distante. Por causa de um sabotador chamado Zachary Smith, a missão dava errado e a família (com o Doutor Smith e um robô galhofeiro) vagava de planeta em planeta enfrentando monstros alienígenas e situações psicodélicas. Graças ao ator Jonathan Harris (que fazia o papel de Smith), a série ficou cada vez mais cômica.

A versão da Netflix tem um visual muito sofisticado, com efeitos especiais "de cinema". A família Robinson adaptou-se aos novos tempos. O casal John e Maureen Robinson está se separando. Judy é adotada. Will Robinson tem crises de ansiedade. O robô, como não podia deixar de ser, é bem mais sofisticado que o original. O doutor Smith virou doutora.


O piloto dessa nova versão foi desenhado para nos manter tensos do primeiro ao último minuto. O senso de paródia do original foi abandonado. O que temos aqui é drama sério, suspense e emoção familiar. Ninguém diz "cale a boca sua lata de sardinhas" como dizia o Smith original. A trama também é mais complicada, e envolve uma ameaça urgente ao planeta Terra. 

O piloto da versão 1965 está descrito em detalhes no meu livro 50 Pilotos - a Arte de se Iniciar uma Série. Visto aos olhos de hoje, é de uma ingenuidade radical. Foi criado para mostrar uma família em situação extraordinária, mas desde o primeiro capítulo mostrou quem ia mandar na atenção dos telespectadores: o vilão, um menino esperto e um robô. Possuía algo que a atual versão ainda vai ter que nos apresentar: uma alma.


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