A memória das baleias


Aos poucos, as empresas de jornalismo do Brasil estão entendendo a importância de se investir na digitalização de seus acervos. Até como uma maneira de faturar mais e ainda prestar um bom serviço à cultura nacional. O Globo acabou de anunciar a abertura de seus arquivos na internet. 

Eu estou recuperando no acervo do Estado de São Paulo o material que escrevi para o Caderno 2. Fui um dos seus criadores em 1986. Escrevia sobre áreas culturais para as quais ninguém costuma dar muita bola - rádio, quadrinhos, bancas de jornais, etc. Mas a virada aconteceu no 30 de abril, quando escrevi uma coluna chamada Por que Salvar as Baleias?

A partir daí, as coisas ficaram fora de controle. Leitores do Brasil inteiro me mandaram cartas, telegramas, desenhos, tudo em apoio ao fim da caça às baleias no litoral brasileiro. Recebi tanto material de solidariedade que embarquei para Brasilia com 15 quilos de papel enviado pelos leitores e o entreguei o pacote ao presidente do Senado. Num movimento absolutamente espontâneo, os leitores do Estadão ajudaram a dar o empurrão final para o fim desse absurdo.

O material que estou coletando do acervo do Estado vai virar um futuro livro de memórias dessa época tão fundamental na minha vida.

Comentários

Postagens mais visitadas